A bruxa é um ser fantástico do mal, que persegue os outros seres fantásticos, seres humanos e os bichos da fauna natural. Anda com roupas imundas e carrega um saco nas costas ou amarrado na cintura.
Costuma viver em ambientes úmidos e escuros, cercada de animais nojentos como baratas, cobras, escorpiões, ratos, morcegos, piolhos, carrapatos e vários tipos de mosquitos, como a mosca-varejeira, a muriçoca e os borrachudos. Em cada continente há uma raça de bruxa assustando as crianças. No Brasil existe a cuca, a mulher do bicho-papão, que é mencionada nas cantigas de ninar.
As bruxas tornaram-se populares a partir de suas participações nos contos de fada como personagens coadjuvantes ou secundárias.
Em "João e Maria" há uma velha ardilosa que constrói uma casa de doce para atrair os dois irmãos.
Em "Branca de Neve" a madrasta é uma verdadeira bruxa, com seu espelho mágico e com a mania de mandar maçã para Branca, ainda por cima envenenada.
Atualmente existem bruxas? Em grande quantidade.
Entretanto, tornaram-se inofensivas diante de tanta violência das cidades.
Algumas histórias
Felínea Ramana e Ravana formam um trio inseparável. Viajam o mundo participando de concursos de bruxaria, nos quais disputam o título de rainha da feitiçaria.
Quando eram meninas, as três apaixonaram-se por Frederico III, jovem príncipe alemão belíssimo e conquistador, que namorou todas elas. Só que ele acabou se casando com uma antiga colega de infância. As três nunca se conformaram. Passaram a se culpar mutuamente, afirmando que uma causara a infelicidade da outra.
Com o passar dos séculos, Ramana e Ravana voltaram a ser amigas. Juntas continuam até os dias de hoje a rivalizar com Felínea, sempre lutando para tirar sua coroa de rainha da bruxaria.
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Kikímora é uma bruxa galinácea, que adora fazer bagunça na cozinha. Pensa que é a melhor cozinheira do mundo e não admite que alguém prepare um bolo, torta ou assado melhor do que ela.
Portanto, quando o almoço estiver com um aroma delicioso, quando a família inteira estiver morta de fome, os pais contentes com as pessoas reunidas em volta da mesa, cuidado! É nessa hora que Kikímora gosta de entrar em ação. Apaga o fogo, faz o bolo desandar, ou queima o almoço todo. Os copos caem e derramam seus líquidos, talheres desabam no chão, as pessoas despencam da cadeira, e no lugar da refeição começa uma grande confusão.
Mas o melhor jeito de tirar o poder de Kikímora é simplesmente rir. Encontrar graça no meio daquela bagunça. Dificilmente uma bruxa é capaz de vencer uma pessoa bem-humorada. Se ela terminar rindo também, será sua aliada e protetora o resto do dia.
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Esta feiticeira, talvez a primeira da literatura mundial, é a filha de Helios (o Sol) e Perséia (a filha do Oceano). Circe é personagem da Odisséia, poema composto pelo poeta grego Homero que conta as aventuras do guerreiro grego Ulisses após a Guerra de Tróia.
Em seu palácio de sua ilha no mar Mediterrâneo, Circe espera por marinheiros perdidos, que transforma em animais e serve no jantar. Quando Ulisses e seus homens chegam à ilha, a feiticeira transforma quase todos em porcos.
Com a ajuda do Deus Hermes (Mercúrio para os romanos), Ulisses consegue enganar Circe, libertar seus marinheiros e sair da ilha sem maiores problemas.
Circe usava um bastão de madeira - uma "varinha de condão" - e um caldeirão em seus feitiços. Os dois objetos são acessórios fundamentais para feiticeiros até hoje.
Homens X Bruxas
Há muitos séculos, na Europa, existiram os celtas. Não se sabe exatamente quando surgiu esse povo ou quanto tempo viveu. Os celtas nos deixaram muitas lendas, histórias maravilhosas sobre elfos, duendes e mulheres mágicas que ajudavam os guerreiros preparando-lhes espadas poderosas e prevendo-lhes o futuro.Porém, finalmente, os contos sobre fadas e magas, foram trocados por lendas sobre bruxas. Em toda a Europa, os homens começaram a temer e a perseguir feiticeiras.
Essa perseguição atravessou os séculos XV, XVI, XVII. Foi quando surgiram os caçadores de bruxas. Muitas pessoas foram mortas. Se por acaso uma vaca se ferisse ou uma criança adoecesse, a culpa era sempre das bruxas.
Pobre de quem gostasse de gatos ou borboletas, pois ia direto para a fogueira.
Bruxas são necessárias
Os mestres espirituais da Antiguidade, utilizaram os Contos de Fadas para transmitirem, através dos tempos e de maneira simbólica, conhecimentos elevados do Sagrado. Assim sendo, passariam esses conhecimentos, sem o perigo de serem destruídos por aqueles que discordam, ou crêem, apenas, na vida material.
Se estivermos atentos ao conteúdo dessas histórias, observaremos que sempre estão presentes: a Fada, a Bruxa, a Madrasta Má, etc.
Esses arquétipos representam aquilo de que necessitamos para chegarmos à compreensão de que só ascendemos a um nível de crescimento pessoal e de espiritualidade, pela vivência consciente dos aspectos negativos (Bruxas) e positivos (Fadas) da vida.
A Bruxa representa no nosso dia a dia, tudo aquilo que nos é impostos pela família, escola, religião, sociedade, tais como: limites e frustrações; carências afetivas e materiais; perdas, etc.
A Fada, por sua vez, simboliza o que é agradável ao nosso EGO: ganhos; sucesso; riqueza, ou seja, o lado gostoso de nossa caminhada.
Ambas são imprescindíveis ao nosso processo de crescimento. E ambas estão dentro de nós. Tanto podemos exercer amorosamente, os nossos lados Bruxa e Fada, em relação ao outro, como o outro poderá exerce-los em relação a nós. É um movimento contínuo e recíproco. Muitas vezes, no entanto, o excesso de emocionalismo impede a exteriorização equilibrada dos dois lados.
Pouquíssimos são aqueles que aceitam os deveres e limitações exigidas pela Bruxa. Só querem saber do lado gostoso que a Fada põe à disposição, ou seja, a curtição do mundo fantástico dos apelos sensoriais, do consumismo, do conforto exagerado, etc.
E a Bruxa se encontra quase que totalmente esquecida, tanto no contexto familiar, como na escola e na sociedade como um todo. E as conseqüências são catastróficas.
É comum, no âmbito familiar, a ocorrência de fatos graves, que causam traumas e muito sofrimento. E até se diz, nessas ocasiões,
que “a bruxa anda solta...”
Em geral, os membros da família preferem racionalizá-los ou mesmo “esquece-los”, sem a menor preocupação pela “leitura” da sinalização expressa nesses fatos. E tudo continua como antes... O que poderia ou deveria servir de degrau para uma melhor compreensão da vida e de si mesmo, não passa de mais um acontecimento doloroso e cruel. Como conseqüência, gera-se um vazio na vida de cada um, levando-os a procurar compensações que, na aparência e superficialmente, vêm minimizar as dores sofridas.
As perdas, de uma maneira geral, não são entendidas como mensagens para um redirecionamento de vida, uma revolução pessoal em todos os seus aspectos. Algum dia chegar-se-á à compreensão de que um dos males do mundo de hoje é o número insuficiente de Bruxas, por não se compreender o que elas significam para a formação equilibrada e completa do ser humano.
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By: Curious Girl
Fonte: Contando História
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